Aquele encontro inevitável, no meu caso, muito desejado. Quantas vezes liguei já vendo se por acaso não tinha chegado minha vez de nunca mais ouvir no pédouvido.
Ao Pédouvido
Ao pédouvido,
num dia ruim,
num tanto sem jeito,
na dor do meu peito.
No dia que passa,
um sorriso sem graça,
a voz que disfarça,
a visão que embaça.
Eu quero da vida,
o que ela quer de mim,
e vou perambulando,
sem saber por quê.
O tanto que me resta,
pois eu sinto pressa.
Em dançar com a dona,
que veste Cetim.
Ao pédouvido,
em tudo que faço,
no passo do compasso,
no meu pé descalço.
Em todo desengano,
por baixo do pano,
no vamo que vamo,
do jeito que tamo.
Eu quero da vida,
o que ela quer de mim,
e vou perambulando,
sem saber por quê.
O tanto que me resta,
pois eu sinto pressa.
Em dançar com a dona,
que veste Cetim.
E quero ouvir voz,
do impossível,
e penso na incerteza,
do que não se viu.
A tão sonhada hora,
do inconcebível,
De nunca mais ouvir ao pédouvido.
Eu quero da vida,
o que ela quer de mim,
e vou perambulando,
sem saber por quê.
O tanto que me resta,
pois eu sinto pressa.
Em dançar com a dona,
que veste Cetim.
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