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Quem conta um conto...

Atualizado: 1 de set. de 2020

Ouvi dizer que quem conta um conto aumenta um ponto, nesse conto vocês me dizem se aconteceu ou se apenas estou aumentando um ponto.


Para quem passou a década de 90 e 2000 como adolescente ou jovem, com toda a certeza vivenciou mesmo de longe a era da MTV no Brasil, quando ela se tornou canal aberto.

Hoje em dia ainda eu sou um compositor e músico, integrante de uma banda que eu gosto muito.

Banda candieiro Veio de Longe, ache a agente lá nas redes. Mas eu disse isso, unindo ao pequeno contexto histórico da MTV, para dizer que eu já fui concorrente ao VMB, que era na época o maior prêmio de música brasileiro.


Isso mesmo, eu fui um dos concorrentes em 2008, ficando ao lado dos artistes todes, bandas e músices, troquei uma ideia com a Pitty sobre o cenário brasileiro dos Rocks contemporâneos e que estavam chegando e fazendo ela ficar velha, e eu fingi, que eu era um cara desse cenário que ela ainda não conhecia, até prometi pegar um CD no carro e entregar para ela lá na festa.

Na festa ela me cobrou e eu dei uma de que nem lembrei, e fazendo isso ela acreditou mesmo que eu era esse músico aí. Pior é que eu não menti, eu tinha umas músicas de rock semi gravadas, eu só não tinha um CD ainda e não estava ali por causa dessas músicas, então não me julguem, se julgarem tudo bem.


Eu vi o D2 mutcholoco ainda no show, Nando Reis dando um 2 na hora do intervalo do show, ali mesmo nas cadeiras dos camarotes. A Vanessa da Mata com 2 metros de altura e perguntando se podia sentar do meu lado rapidinho, pois ela não queria atravessar tudo para ir ao lugar dela e tinha chegado atrasadíssima, e naquela noite ela ganhou gravação com a música Boa sorte que ela gravou com o Ben Harper.


Aliás, foi por causa daquela música que eu concorri ao Prêmio naquele ano.


A MTV, em 2007 e 2008 fez uma categoria para o Prêmio do VMB que se chamava, categoria

Você Fez. Qualquer pessoa poderia concorrer, escolhendo uma das músicas que concorria a HIT do ano e fazendo um clipe do jeito que quisesse fazer, usando o que quisesse usar como artificio, até caseiro, mesmo. Eu chamei um amigues que eu tinha e decidi fazer um vídeo bem bobo e besta, dessa música da Vanessa da Mata e ben Harper.


Fizemos sem grandes pretensões, mas no fim das contas, o pessoal gostou e ficamos entre os cinco que concorreram. Hoje em dia eu não gosto desse vídeo que não deixo ninguém ver, apaguei todas as cópias, fiz igual a Xuxa quando ficou conhecida a rainha dos baixinhos e caçou todos os vídeos do Porno Chanchada que ela fez nos anos 80, e as PlayBoys que ela fotografou.


Eu tenho uma certa vergoinha de mim mesmo por esse vídeo, ele tinha algumas piadas que hoje eu não me orgulho e nem faria. Se eu ficar famoso um dia, sei que ele vai aparecer para as pessoas jogarem na minha cara esse rolê (essa fala sou eu sonhando em ficar famoso).


Enfim, concorri, não ganhei, paguei de famosinho, vivi meus 15 minutos de fama, participei do show e da festa como se fosse um artista reconhecido, e voltei para casa como o anônimo que ainda sou, mas também ainda sou, que bom poder dizer isso, ainda sou Artista

Eu tenho ainda o cartão que recebi para entrar no camarote, que tinha o endereço para onde seria a festa, um disco de Vinil com uma capa do VMB que eles colocaram nas cadeiras de brinde para os que concorreram.


Detalhe não importante sobre aquela noite, Cada um no seu quadrado, ganhou melhor Hit da Web, a Gága de Ilheus arrumou treta e foi posta pra fora, por terem zuado com a gagueira dela,

e a Banda internacional Bloc party tocou em Play Back e foi vaiada, no final da música o baterista irritado quebrou a bateria inteira e o Marcos Mion que era o apresentador entrou dizendo Quem sabe faz ao vivo, a frase do Faustão.


Esse foi meu rolê, eu tenho minhas convicções como sendo o Artista que já sou, famoso ou não.

Mas eu tenho uma história de artista famoso para contar para os meus netos e netas.


O mais difícil nesta história deve ser acreditar que eu terei netos e netas.



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