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Foto do escritorEduardo Henrique da Silva

Poesia da minha remissão

O Espectro da desilusão, que já tanto afligiu meu coração, tenta hoje dar lugar a consciência de uma única saída que pode ser a minha remissão.


Eu caminho em busca de conhecer os destinos,

ser a mão que estende, entende e sente a outra dor.

Seja o ser habitante da terra que for.

Conhecer as mãos de quem só vê saída pedir esmolas nas ruas,

Das tantas crianças que engolem seco a voz da vocação para

se encaixar e conseguir uma migalha qualquer oferecendo o seu

tempo e força para dar lucro a alguém.

Dos que servem como forma de sustento.

Dos que vão passar a vida inteira precisando comprovar

que existem, e sua essência, gênero, cor da pele e colocação social,

não é razão para privação de liberdades e direitos.

O meu esforço é querer cantar sobre todos os destinos.

Pertencer a toda a humanidade.

Talvez eu não tenha esse direito, mas não me queira mal,

se eu não tenho a voz para falar do seu destino,

sente comigo, arrebenta meu lombo.

Eu quero estar de coração aberto,

quem sabe podemos chorar juntos de soluçar,

e buscar uma canção em uníssono.

Quero saber da dor, dos que mais a sofrem,

Quero a minha poesia cantada sobre elas.

Quero saber das dores que desconheço,

e saber se é possível compartilhar, pra amenizar.

Não quero uma ideologia pra viver, quero ser.

E não apenas em mim. Quero ser nos outros também.

Quero amar melhor, sem perder,

ou arranhar o coração de ninguém.

E precisarei estar vigilante para manter-me nessa ação,

para que na maior e melhor medida possível,

essas palavras não sejam rasas,

e/ou jogadas ao vento em vão.

E no fim das contas pode ser um desejo egoísta,

pois trata-se mais da minha própria sobrevivência,

pois é desejo de caminho para minha remissão.
























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