O Espectro da desilusão, que já tanto afligiu meu coração, tenta hoje dar lugar a consciência de uma única saída que pode ser a minha remissão.
Eu caminho em busca de conhecer os destinos,
ser a mão que estende, entende e sente a outra dor.
Seja o ser habitante da terra que for.
Conhecer as mãos de quem só vê saída pedir esmolas nas ruas,
Das tantas crianças que engolem seco a voz da vocação para
se encaixar e conseguir uma migalha qualquer oferecendo o seu
tempo e força para dar lucro a alguém.
Dos que servem como forma de sustento.
Dos que vão passar a vida inteira precisando comprovar
que existem, e sua essência, gênero, cor da pele e colocação social,
não é razão para privação de liberdades e direitos.
O meu esforço é querer cantar sobre todos os destinos.
Pertencer a toda a humanidade.
Talvez eu não tenha esse direito, mas não me queira mal,
se eu não tenho a voz para falar do seu destino,
sente comigo, arrebenta meu lombo.
Eu quero estar de coração aberto,
quem sabe podemos chorar juntos de soluçar,
e buscar uma canção em uníssono.
Quero saber da dor, dos que mais a sofrem,
Quero a minha poesia cantada sobre elas.
Quero saber das dores que desconheço,
e saber se é possível compartilhar, pra amenizar.
Não quero uma ideologia pra viver, quero ser.
E não apenas em mim. Quero ser nos outros também.
Quero amar melhor, sem perder,
ou arranhar o coração de ninguém.
E precisarei estar vigilante para manter-me nessa ação,
para que na maior e melhor medida possível,
essas palavras não sejam rasas,
e/ou jogadas ao vento em vão.
E no fim das contas pode ser um desejo egoísta,
pois trata-se mais da minha própria sobrevivência,
pois é desejo de caminho para minha remissão.
#poesia #remissão #poesiadaremissão #poesiamudaocaminho #poesiaautoral #poeta #balançaajoeiraartes #eduardohenrique #pooetasemjeito #reflexões
Comentários