O cantar dos pássaros, um belo Sol nascente, o perfume das flores, caminhar descalço na beira da praia, a brisa da fresca, as estações, um sorriso de uma criança,
mas como...
O samba de minhas quimeras
Meu sonho é só falar de flores, perfumes do campo.
Cantar sobre as gotas de orvalho, anunciando o verão.
Mas como se ando na rua e vejo aflito,
Os tantes que ainda se encontram
sem poder soltar de suas gargantas os gritos.
Meu sonho é só ter pra cantar sobre abraços e beijos.
Discorrer como é belo um sorriso no entardecer.
Mas como se noto quem não tem as minhas vantagens (Homem, Branco, Hétero)*
de poder andar por aí, sem medo de indesejável abordagem.
Eu posso até fazer-me desatento, pensar que a situação não é comigo.
Mas como vou querer felicidade? Notando que ela é pra poucos, nesse
mundo feito de desigualdades.
Eu posso até dizer "Nem é pra tanto"
Ou "Se farinha é pouca, meu pirão primeiro"
Mas como vou falar em altruísmo.
Se não buscar tratar meu egoísmo.
Se desço e sinto a brisa do mar no meu rosto.
Me vem o desejo cantar sobre aquele momento.
Mas logo me lembro da luta pela sobrevivência,
que muitos tem que enfrentar, por apenas viver a sua essência.
Eu posso até fazer-me desatento, pensar que a situação não é comigo.
Mas como vou querer felicidade? Notando que ela é pra poucos, nesse
mundo feito de desigualdades.
Eu posso até dizer "Nem é pra tanto"
Ou "Se farinha é pouca, meu pirão primeiro"
Mas como vou falar em altruísmo.
Se não buscar tratar meu egoísmo.
*Em asterísco os meu privilégios, não necessariamente os seus, ou você os tem.
Ps. Pelo modo como desenrolo, gostaria de frisar que falo de meus sentimentos e pensamentos, no quanto não consigo mais dar um passo atrás em como vejo o mundo e o ser humano, e minha urgência em falar, não somente sobre minhas angústias, como também daqueles que por muitas vezes nem se quer podem.
Mas não quero fazer Juízo, criticar e muito menos diminuir a importância de uma poesia/verso/prosa, sobre as belezas da natureza e/ou humanidades.
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