Nesse mundo dominado pela alta burguesia, onde a ode ao capital é venerada até pelos que se prejudicam por ele, sem saber. E assim, as palavras vão se resignificando. Os fantoches do financeiro esbravejam, "Marginais". Quando me referem assim, me sinto elogiado.
Sendo assim, deu samba
Marginalesco
Você nos chama marginal, por que a gente é da rua!
Você nos trata vagabundo, por que a gente não tem.
Um Holerite no fim do mês, ou apresenta nota fiscal.
Você se sente, maior que a gente, e eu sei, porque.
Você nos trata como caridade, te faz pensar que vai pro céu.
Mas quando tá meio apressado, na rua nem vai nos ver
Mas somos corpos fissuração, do capital a contramão
Talvez você só rejeite a gente, pois somos erupção
E não há revolução, sem erupção
Você se gaba do que tem, mesmo que seja a prestação
Nem reconhece que é apenas, número na multidão
Se um tem muito, milhões tem nada,
Contas não batem, no fim do mês
Talvez você despreze a gente, pois somos rebentação
E não há revolução, sem rebentação
Comments