Geralmente não faz bem pra mim minha teimosia, mas mesmo assim...
Eu teimo...
E posso falar, estou quase sempre quebrado...
Fico preocupado por não saber se dou conta,
ou pelos meus não botarem fé em mim,
mas sabe qualé, eu teimo...
É a sina do artista,
e quer saber, sabe quantas pessoas
da minha vida me reconhecem como
Artista? Tipo pensam que a arte é
meu trabalho?
Quase ninguém...
geralmente eu sou o desempregado,
ou o vagabundo, ou o louco!
Talvez seja mesmo.
Se a arte tantas vezes é subjetiva,
Subjetivo é o artista?
Mas sabe qualé, eu teimo...
Provavelmente, nem deveria,
a liberdade é como estar no céu,
mas é como ter que morrer pra isso.
Eu morro, todo dia, e teimo...
Por exemplo, eu faço essa poesia,
como se fosse tocar o coração
de alguém, uma única pessoa
que fosse, já me bastaria.
Mas ninguém é mais provável.
Só que sabe qualé, eu teimo...
Eu sei que não é possível,
e mesmo sabendo que vou
fechar minhas portas,
eu critico a burguesia,
com minh arte.
E aí eu fico marginalizado,
e as portas se fecham,
e sim, eu sou gente,
como todas as pessoas,
então me desespero.
Mas sabe qualé, eu teimo...
Minha gente mesmo,
me diz radical, e passa
a verticalizar, e vingem
que nem me ouvem mais,
pois não querem.
Mas sabe qualé, eu teimo...
teimo, teimo, teimo,
e como não sou influente,
nem flexível, fico assim...
destroçado, destruido,
desprezado, desistido,
mas nunca,nunca mesmo,
retrocedo, talvez até devesse,
Mas sabe qualé, jajá,
eu provavelmente,
nem mais existo,
não pra esse contexto,
Mas sempre teimo...
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